jueves, 24 de noviembre de 2011

Santos oniscientes?


Onisciente, onipresente e onipotente, só Deus.
+ Os santos não precisam ser oniscientes, onipresentes e onipotentes para atender às nossas orações. Pois eles vivem (atualmente, apenas as suas almas, uma vez que a ressurreição dos corpos se dará somente no fim do mundo, exceção feita de Nosso Senhor e Nossa Senhora) na presença de Deus altíssimo, e n'Ele vêem todas as coisas que Deus quer que eles vejam. Para isso, suas almas foram dotadas, pelo poder de Deus, de uma potência superior, chamada visão beatífica, de que as almas humanas aqui na Terra não desfrutam. E, na luz da visão beatífica, têm conhecimento de todas as orações que os homens fazem na terra, pedindo sua intercessão junto a Deus.
Como isto é possível, uma vez que provavelmente várias pessoas estarão, ao mesmo tempo, recorrendo à sua intercessão, nas mais diversas partes do mundo?
+ Aqui entra a incapacidade da compreensão humana de entender a correlação tempo/eternidade, de que falamos de início. Em outras palavras, é para nós, na atual condição aqui na Terra, um mistério que escapa à nossa compreensão. Somente no Céu entenderemos como isso se passa, quando também nós sendo salvos alcançarmos, pela graça de Deus, a visão beatífica. E, assim mesmo, a visão beatífica, embora implique na capacidade de ver Deus face a face, como nos ensina a teologia católica, não significa que nossa inteligência conseguirá abarcar todo o mistério da divindade. Assim, no Céu, nunca ficaremos entediados, pois, de um lado, sempre descobriremos coisas novas em Deus e, de outro lado, qualquer aspecto de Deus que contemplarmos será suficiente para nos extasiar por toda a eternidade!...
Por isso dizia São Paulo: “O olho não viu, nem o ouvido ouviu, nem entrou no coração do homem o que Deus preparou para aqueles que o amam” (I Cor 2,9).
+ Nada de estranho na rogação dos Santos
Voltando à objeção proposta ao nosso consulente, durante o tal “estudo bíblico”, nada há de estranho em que Deus queira associar às graças que concede aos homens a intercessão dos santos em nosso favor. Pois, ao criar o homem, Deus o constitui desde o princípio como seu instrumento para a edificação e governo do mundo, para a transmissão da vida, e sobretudo, por Cristo e em Nosso Senhor Jesus Cristo, para a transmissão e comunicação da fé aos demais homens, para cuja salvação cooperamos. “Dei enim sumus adjutores”, dizia São Paulo (I Cor 3,9). E no Céu não cessa tal colaboração, antes aumenta, pois os Santos aí desempenham uma função ainda mais elevada, que é a de ajudar os que estão nesta Terra a se encaminharem para o Céu, com seu poder de intercessão junto a Deus.
+ A idéia de que nossas orações chegam diretamente a Deus, que depois as “transmite” aos santos, para que estes a reapresentem diante do trono do Altíssimo, é uma maneira imprecisa de se referir à visão beatífica, pela qual os Santos vêem diretamente em Deus as súplicas que os homens nesta Terra lhes dirigem. Formulada em termos mais precisos, como procuramos fazer, nada há de estranho nesse conhecimento que os santos têm, pela visão beatífica, de nossas perorações a eles dirigidas.
Por outro lado é patente, na objeção, a implicância do espírito racionalista protestante contra tudo que signifique valorizar a colaboração do homem na salvação eterna de seus irmãos.
Para nós católicos, o fato de Jesus Cristo ser apontado na Escritura como único Mediador entre Deus e os homens (cfr. I Tim 2,5) não significa que Ele não possa associar outras criaturas, anjos e santos, e sobretudo Nossa Senhora,  a essa Mediação.
Não esqueçamos que os santos são amigos de Deus, segundo a palavra de Nosso Senhor Jesus Cristo: “Não mais vos chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o senhor. Mas chamei-vos amigos” (Jo 15,15). E o que há mais natural do que um amigo querer prestigiar seu amigo, associando-o às suas principais obras?
E quem, entre os amigos de Cristo, foi maior e mais amado por Ele do que sua Mãe Santíssima? Por isso Ele a constituiu Medianeira universal de todas as graças. Tese que horripila os protestantes, e a nós católicos enche de gozo e é uma verdade de Fé.

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