jueves, 24 de noviembre de 2011

Podem os mortos interceder?

O arcanjo Rafael diz a Tobias: "Quando rezavas com lágrimas, e sepultavas os mortos, eu oferecia tua oração a Deus" (Tob. 7, 12) (Os protestantes tiraram esse livro, rsrsrs  porque será?).
+ Existem mortos e existem mortos.
Convém distinguir entre mortos e mortos. Como existe morte física e morte da alma. Aqueles  que morrem em pecado mortal estão mortos duas vezes, enquanto os que morrem na graça de Deus estão mortos apenas fisicamente.
Por esse motivo é que Nosso Senhor Jesus Cristo diz que Abraão, Isaac e Jacó (mortos há séculos) mas que estavam vivos, quanto à alma: "Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó. Ele não é o Deus dos mortos, mas dos vivos". (Marc. XII, 26-27).
Como vimos, Abraão, Isaac e Jacó, embora mortos fisicamente, estavam vivos pela graça. Portanto, eram capazes de rogar, interceder, pelos demais homens.
É o que se lê na Escritura, quando Moisés recorre aos méritos de Abraão, Isaac e Jacó para obter graça para o povo de Israel.
"Lembra-te de Abraão, de Isaac e de Israel, teus servos, a quem por ti mesmo juraste..." (Ex. XXXII, 13).
+ No Antigo Testamento, a concepção de morte, apresentada sobretudo em Gêneses, Salmos,  Sabedoria, Provérbios, é uma concepção israelita: a morte constituía um mero fim. 
A pessoa humana era vista como um corpo que  era animado pela alma que lhe dava vida. Quando uma pessoa morria, a alma que lhe dava vida desaparecia e a pessoa continuava a existir naquele corpo inanimado. Por isso Jesus dizia que  o nosso Deus não é um Deus dos mortos mas sim de vivos (Mt 22,32).

+ A morte ideal, acreditavam os judeus, era aquela que vinha após longa vida, ou seja obedecendo o ciclo natural das coisas. Quando alguém morria "antes  da hora", parecia que se quebrava a normalidade e o falecido e sua família  eram vistos como menos abençoados por Deus.
É forte também  o pensamento de que a  morte existia como conseqüência do pecado dos primeiros pais, sendo preciso passar por ela para chegar até Deus. Quando uma jovem morria, como a filha de Jairo,  acrescentava à família uma culpa enorme por conseqüência de uma grave falta cometida por algum de seus antepassados.O Senhor disse: “não morreu a menina, apenas dorme”. Estava morta para os homens que não podiam despertá-la . Para Deus , a menina dormia porque a sua alma vivia submetida ao poder divino, e a carne descansava para a ressurreição.

No Novo Testamento, Paulo em suas cartas, afirma que de fato a morte é conseqüência e castigo do pecado, pois ela veio ao mundo por causa de um só homem que pecou (Rm 5,12). No entanto, continua ele, fomos resgatados da morte por Cristo, uma vez que em Adão todos morremos e fomos trazidos de volta à vida pelo Redentor (1Cor 15,22).

Um segundo alicerce sobre o qual está baseado a concepção da morte é constituído  pela afirmação de que Jesus superou a morte com sua própria morte. A morte foi o último inimigo que Cristo teve que superar (1Cor 15,25). Cristo despojou a morte de seu poder (2Tm 1,10); destruiu  pela morte o dominador da morte, o diabo (Hb 2,14). A lei do Espírito da Vida em Cristo nos libertou da Lei do Pecado e da Morte (Rm 8,2). Cristo morreu e ressuscitou para ser o Senhor dos mortos e dos vivos (Rm 14,9). Ressuscitado dos mortos, a morte não tem mais domínio sobre Ele.
+ O cristão experimenta a vitória de Jesus sobre a morte, pelos sacramentos. O cristão é batizado na morte de Jesus, pois somente nestas condições é que pode ressuscitar com Jesus para a nova vida. No sacramento do Batismo ele vive a morte e a ressurreição de Cristo quando  submerge três vezes na pia batismal, renascendo para a vida nova em Cristo, recebendo  assim a veste branca . Participar da morte de Cristo significa "tornar-se uma só coisa com Ele"(Rm 6,5) . A fé em Cristo não priva o homem da morte física mas lhe dá a certeza de que esta experiência não se resume ao fim, mas ao começo de uma nova vida.

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