miércoles, 12 de octubre de 2011

Você que bateu domingo em minha porta.

Você me entregou um folheto e perguntou se eu aceitava Jesus. Eu disse que sim, disse que era Católico, Apostólico, Romano. E você, (achei grosseiro de sua parte) insistiu novamente, e investiu todo seu conhecimento na pergunta: Você aceita Jesus. Decidi não responder.

Achei melhor não prolongar o assunto, aliás, seria difícil que deste início de conversa surgisse algum assunto. Acredito que você tinha acabado de sair de uma preleção pastoral. Também creio que deveria ter a seu favor uma dúzia de versículos, previamente e propositadamente decorados, que serviriam de suporte para toda a conversa do sábado ou da semana.


Se continuássemos a conversa, com certeza nos estenderíamos em diferentes interpretações dos seus versículos previamente e propositadamente decorados, e se não tivéssemos o devido cuidado, fundaríamos mais duas seitas.


Bem, respondo agora porque outros precisam ouvir o que eu tinha para dizer. Aceito sim Jesus, como filho do Pai eterno, aceito o Pai como criador, e aceito o Espírito Santo como o paráclito consolador. Mas também aceito Maria. E você amigo vive repetindo que somos cristãos idólatras porque oramos à Maria, pedimos a intercessão de Maria.
Vivem repetindo que adoramos Maria. E nós católicos dizemos que não adoramos Maria. Que a amamos como Mãe de Deus e como amamos nossa mãe. Mas se você está querendo ouvir eu dizer que venero Maria, que adoro Maria, apenas para ter motivos e me acusar de idolatria, então ouça: Eu adoro Maria. Eu venero Maria. Eu amo Maria. Eu rendo homenagens a Maria.


Sou por isso um idólatra?
Não decore somente versículos que justificam sua posição.
Ler teria que significar entender.
Quando entender e receber de Deus, como a Igreja recebeu, a autoridade para interpretar, então poderá dizer quem é idólatra.
Vejo pessoas completamente despreparadas interpretando a Bíblia.
Escatalógico foi o impacto. Esta palavra tem dois significados. Aplique o que for cabível.
Escatalógico foi o impacto que senti, quando na minha telinha, bem arrumadinha, surgiu um dia a “Menina Martelo”. Pequenininha, apenas 7 anos, provavelmente manipulada por cicerones hábeis, fazedores de opiniões, ou perspicazes marqueteiros. “Menina Martelo”, digo martelo porque deu a entender que o que ela mais gosta de fazer é pregar. Ela não brinca, ela prega o dia inteiro. Ela é a mais nova bispa ou pastora do Brasil, impondo as mãos e despejando o Espírito Santo sobre as pessoas, num ritmo frenético de cura, de orações e textos decorados.


De quem ela recebeu autoridade para interpretar? Oh! Meu Brasil! X% de analfabetos em púlpitos proféticos, aconselhando e interpretando. Vejo pessoas que mal sabem ler, interpretando a Bíblia e perguntando: você aceita Jesus? Pena que perguntam com tristeza. “Servite Domino in laetitia”, vamos servir a Deus com alegria, é um lema salesiano. Eu gostaria de saber porque quando pregam parecem estar chorando? Porque quando oram parecem estar lamuriando. Porque quando cantam, transmitem tanta tristeza. Não seria a falta do colo da mamãe? Saiba que, inefável é o calor de seus braços.
“Quem é essa que avança como a aurora? Um dia você entenderá, porque Maria é nossa mãe. Nunca dissemos que Maria era Deusa. Nunca dissemos que Maria era a criadora. Nunca falamos de onipresença de Maria, onisciência de Maria. Idolatria seria substituir Deus por outra pessoa ou objeto. Idolatria é despir Deus de seus divinos atributos e entregá-los a outro.
Idolatria é colocar versículos bíblicos, e dúbias análises de textos acima de Deus.


Deus não precisa de bíblias para existir em sua potencialidade divina, da mesma forma que Maria não carece da Bíblia para se sustentar. Ela se sustenta na simbiose materna com seu filho-Deus. Ela se sustenta na predestinação divina. Ela se sustenta na própria humildade. Ela se sustenta na fé de seus filhos fiéis.


Idolatria é se colocar no lugar de Deus e fazendo mau uso do livre arbítrio e do falso discernimento, etiquetar a testas das pessoas dizendo quais são salvas e, quais não salvas.


Bem, nós veneramos Maria, porque Maria é a mãe do salvador. Mãe da Igreja e mãe de todos os homens. As religiões geradas na Reforma se desvirtuaram e hoje não aceitam Maria.
São religiões sem mãe.
São religiões órfãs de nascença, nascidas no rancor das contestações, das deserções e da desobediência à Igreja fundada por Jesus Cristo. Amém?
jthamiel

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